Em novembro, finalizando as DIASPÓRICAS: Residências Artísticas de 2022, receberemos o pesquisador e babalorixá Sidnei Barreto Nogueira, o Babá Sidnei, em “NA ESPIRAL DE ÈSÙ: Girando, Girando com Mitos e Linguagens Contra-Coloniais”, oficina realizada nos dias 22, 23, 24 e 25/11 (50 vagas, inscrições pelo formulário do link) e finalizada no dia 26/11 com uma palestra aberta ao público, sempre das 14-17h.
A presença de Babá Sidnei em nossas residências define, por assim dizer, uma inflexão. Os aspectos de teatralidade – no sentido de composição do olhar a partir do uso do espaço, corpos, e tempo – que seu trabalho move, indo à matriz yorubá segundo uma perspectiva filosófica, dimensiona o sentido de diáspora que atravessa todo o projeto. É ele quem define os termos desse programa:
“[…] trata-se de mobilizar a palavra-(en)cantada, objetos de encanto e esta mesma palavra como magia capaz de promover o caos e a ordem, o movimento do corpopalavra, a palavra-memória-ancestral, a ancestralidade como memória e como reservatório da nossa própria imortalidade e produção de sentidos-contra-coloniais (vida, morte, felicidade, mutabilidade, sofrimento, bem e mal, doença e saúde, mortes simbólicas e renascimentos).”
Sidnei Barreto Nogueira é doutor em Semiótica e Linguística Geral pela FFLCH-USP, com estágio doutoral no CNRS-LLACAN, laboratório francês de linguagem, língua e culturas da África Negra. É autor do livro Intolerância Religiosa (coleção Feminismos Plurais, coordenada por Djamila Ribeiro, ed. Jandaíra), e coordenador dos projetos ligados à manutenção dos saberes negros ancestrais como patrimônios imateriais: “Conversa de Terreiro” e “Epistemologia de Terreiro”. Desenvolve projetos de pesquisa e intervenção sobre o que nomeia palavra (en)cantada, o corpo-palavra, colonialidade e contracolonialidade, letramento racial e a re-potencialização de saberes ancestrais negros de terreiro como ação antiepistemicida. Sidnei é Babalorixá, Sidnei de Xangô.
Esta é a terceira das DIASPÓRICAS: RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS, sequência de ações composta por oficinas e palestras abertas ao público, com a intenção de estabelecer no TUSP bases para constituição de um campo de atividades voltado a práticas e pesquisas em torno dos teatros negros e das teatralidades e performatividades de matrizes afrodiaspóricas, em parceria com o Centro MariAntonia.