Leituras Públicas TUSP: Esperançar

TUSP Maria AntoniaTUSP ButantãSala Multiúso | CEUMA
  • INÍCIO 02/06/2025FIM 08/07/2025
  • HORÁRIOS segundas-feiras, 19h
  • INFORMAÇÕES GERAIS Programação gratuita | Leitura dramática: segunda / terça, 20h
  • OUTRAS INFORMAÇÕES

    02 jun | A Caravana da Ilusão, de Alcione Araújo (1982) 09 jun | Cordel do Amor sem Fim, de Cláudia Barral (2003) 16 jun | Obra Branca, de Rafael Cristiano (2021) 23 jun | O Escorpião de Numância, de Renata Pallottini (1970) 07 e 08 jul | Uma Fábula para a Nação – Leitura dramática

Desde seu início em 2009, o Programa TUSP de Leituras Públicas oferece a cada ciclo semestral uma série de leituras de dramaturgias selecionadas, a partir de recortes de autores ou temas específicos, em leituras realizadas pelo público presente, com a mediação da equipe artística do TUSP e a presença de convidados. É uma experiência participativa de plateia que vai além da experiência do espectador eventual, buscando um público intergeracional que acompanhe os encontros e ciclos. Nossos encontros acontecem sempre às segundas-feiras, 19h, e as leituras são gratuitas e abertas a todo o público interessado em participar. Vem ler conosco!!

O programa atinge neste mês de junho o Ciclo XXVII que, a partir do tema Esperançar, busca na atual edição trazer textos brasileiros que nos deixem vislumbrar ao menos uma centelha de luz, mesmo à beira do abismo.

Este ciclo acontece em parceria com o coletivo Confraria da Voz, criado e conduzido por Sheila Ferreira e destinado a pessoas 50+, com apoio da Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato.

Além das 4 leituras do mês de junho, ainda como parte do ciclo, confira também a leitura dramática Uma Fábula para a Nação, que faz duas apresentações especiais nos dias 7 e 8 de julho (segunda e terça-feira), às 20h, na Sala Multiúso do Centro Universitário Maria Antônia.

A partir da fábula “Jubal sem Identidade”, do sueco August Strindberg, com revisão dramatúrgica de Marcos Barbosa, trabalho vocal de Danilo Pinho, música de Sheila Souza e a idealização e atuação de Otacílio Alacran, ator e agente cultural do TUSP, esta leitura cênico-musical apresenta a jornada de um homem cujo desejo foi negado porque, ainda criança, sua vontade foi roubada.

Mais tarde, entrega sua identidade para uma feiticeira por quem havia se apaixonado. Até que, cansado da travessia, sente saudade da casa de sua infância e retorna, reencontrando sua mãe – aqui como alegoria à “Pátria amada Brasil” – onde faz emergir a sua personalidade perdida. Essa jornada heroica é revelada por meio de clássicas composições da música popular brasileira.

02 jun | A Caravana da Ilusão, de Alcione Araújo (1982)
09 jun | Cordel do Amor sem Fim, de Cláudia Barral (2003)
16 jun | Obra Branca, de Rafael Cristiano (2021)
23 jun | O Escorpião de Numância, de Renata Pallottini (1970)

07 e 08 jul | Uma Fábula para a Nação – Leitura dramática

Textos & Autores do Ciclo

A Caravana da Ilusão, de Alcione Araújo (1981)

Três irmãos artistas saltimbancos se deparam com a morte do pai, líder da trupe. Acompanhados por um músico mudo, seguem adiante em sua viagem. Porém, a dúvida chega como substância paralisadora: afinal, agora sem a direção do líder, por qual dos caminhos existentes deveriam seguir? As escolhas farão cada um dos quatro personagens enfrentar a possibilidade de continuar ou perder não apenas a identidade artística do grupo, mas também as suas respectivas tradições. Sob as lonas gastas da trupe, então se dá o desfile dessas figuras tão frágeis como grandiosas. A peça serve como reflexão atemporal sobre o papel simbólico do ser artista dentro do seu tempo, colocando-o em encruzilhadas que desafiam a dialética entre as dimensões do tradicional e do moderno.

Alcione Araújo foi roteirista, romancista, dramaturgo, ensaísta e cronista. Formou-se engenheiro e era professor na Universidade Federal de Minas Gerais. A sua coletânea Urgente é a Vida, com crônicas do jornal Estado de Minas, conquistou o Prêmio Jabuti em 2005. Assina 13 dramaturgias, entre elas: Vagas para moças de fino tratoA caravana da ilusãoDoce deleite e Muitos anos de vida (Prêmio Molière de Melhor Autor). Escreveu, também, quatorze roteiros cinematográficos de longa-metragem, como Nunca fomos tão felizes (Prêmio de Melhor Roteiro nos festivais de Gramado e Brasília), Jorge um brasileiro e Policarpo Quaresma.

Cordel do Amor sem Fim, de Cláudia Barral (2003)
Nas vastidões do sertão baiano, o rio São Francisco flui como testemunha silenciosa das emoções e sonhos que se desenrolam em suas margens. A vida compartilhada por três irmãs, Carminha, Teresa e Madalena, é surpreendida por uma mudança repentina quando Teresa, a mais jovem, está prestes a receber a proposta matrimonial de José, seu companheiro. Porém, o encontro fortuito com Antônio, viajante de passagem pela cidade, desperta em seu peito algo avassalador. A partir desse momento, a espera pelo regresso de Antônio torna-se o eixo que rege a trama. Os personagens são conduzidos a confrontar seus próprios medos, inseguranças e contradições, revelando o quão complexo e frágil o amor humano pode ser.

Cláudia Barral nasceu em Salvador, em 1978. Radicada em São Paulo, é escritora e psicanalista. Publicações em poesia incluem O Coração da Baleia (Salvador, P55, 2011) e Primavera em Vão (São Paulo, Penalux, 2016). Outras publicações incluem O Cego e o Louco e outros textos (Salvador, Cidade da Bahia, 1998) e Cordel do Amor sem Fim (Rio de Janeiro, Funarte, 2003), que tiveram ambos adaptações para a televisão. Suas peças de teatro contam com numerosas premiações e montagens, no Brasil e em países como Alemanha, Itália, Inglaterra, Portugal e Peru.

Obra Branca, de Rafael Cristiano (2021)
Um homem negro está sozinho, moldando sua massa de argila branca com a água do mar. No decorrer dessa construção intimista e concreta, a personagem nos carrega por uma linha do tempo nada linear que passa pela cultura pop, os mitos e as fantasias, investigando e construindo entendimentos sobre os papéis da racialidade dentro da indústria e do sistema da memória coletiva. A peça é um convite ao ato de olhar para a existência do eu através do outro, e pode ser lida na edição inicial das Dramaturgias em Processo (2021), iniciativa de publicação online do TUSP surgida durante a pandemia.

Rafael Cristiano é dramaturgo e ator, escreveu as peças Faraó Tropical contemplada pela mostra de dramaturgias em pequenos formatos cênicos do CCSP e traduzida para inglês pela Royal Court, Obra Branca; Comum; Lambida na cicatriz: A Ball erótica de quem ainda está aqui, publicadas em coletâneas de dramaturgias, Eu, Atlântica; Na beira da Imensidão; Meninos.

O Escorpião de Numância, de Renata Pallottini (1970)
Uma adaptação direta da obra Cerco de Numância, de Miguel de Cervantes, a peça traz cenários que perpassam a atmosfera da guerra que está para ser travada na cidade de Numância, que se encontra sitiada por romanos. A obra de Pallottini é uma metáfora sobre a resistência na luta pela liberdade, questionando, ao mesmo tempo, o preço histórico e simbólico para alcançá-la. A dramaturga nos leva à reflexão em seu mais profundo âmago acerca dos contornos nebulosos da alma humana e da busca por justiça social.

Renata Pallottini foi dramaturga, ensaísta, tradutora, poetisa, roteirista e escritora. Fez sua estreia no teatro profissional em 1965, com O Crime da Cabra, dirigido por Carlos Murtinho, vencedor dos prêmios Molière e Governador do Estado de melhor texto. Sua trajetória reune teatro, livros – poesia, prosa e infanto-juvenil –, sala de aula e televisão. Como estudiosa do teatro, publicou os ensaios Introdução à DramaturgiaDramaturgia de Televisão e Dramaturgia: a Construção do Personagem. Além de atuar como professora do Departamento de Artes Cênicas da ECA, Renata também lecionou na EAD, onde foi diretora entre 1973 e 1975. Desde 1988, integrava o corpo docente da Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños, em Cuba.

Confraria da Voz, coletivo criado e conduzido por Sheila Ferreira designado à pessoas 50 + onde a prática do canto refere-se à expressão da voz cantada e da voz cidadã como expressão deste coletivo. Inaugurado em fevereiro de 2025, atualmente o grupo se encontra semanalmente na Biblioteca Monteiro Lobato. A intenção é que o grupo possa dialogar com públicos jovens e adultos ligado à música e outras áreas da expressão sensível, em um projeto intergeracional em que haja possibilidade de integração entre gerações, e contribuindo para que adultos e jovens possam entrar em contato com a realidade de pessoas 50+, 60+ em um espaço de exploração artística de suas potencialidades.

Leituras Públicas | segundas-feiras, 19h
Leituras Dramáticas | segunda / terça, 20h
Programação gratuita

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